* Vem Vento, Varre

 

Vem vento, varre
 
sonhos e mortos.


Vem vento, varre
 
medos e culpas.


Quer seja dia,
 
quer faça treva,
 
varre sem pena,
 
leva adiante
 
paz e sossego,
 
leva contigo
 
nocturnas preces,
 
presságios fúnebres,
 
pávidos rostos
 
só covardia.


Que fique apenas

ereto e duro
 
o tronco estreme
 
de raiz funda.


Leva a doçura,

se for preciso:

ao canto fundo

basta o que basta.


Vem vento, varre!

 

Adolfo Casais Monteiro

 



12/02/2008
0 Poster un commentaire

Inscrivez-vous au blog

Soyez prévenu par email des prochaines mises à jour