* Acto de Contrição

 

Pelo que não fiz, perdão!
 
Pelo tempo que vi, parado,
 
correr chamando por mim,
 
pelos enganos que talvez
 
poupando me empobreceram,
 
pelas esperanças que não tive
 
e os sonhos que somente
 
sonhando julguei viver,
 
pelos olhares amortalhados
 
na cinza de sóis que apaguei
 
com riscos de quem já sabe,
 
por todos os desvarios
 
que nem cheguei a conceber,
 
pelos risos, pelas lágrimas,
 
pelos beijos e mais coisas,
 
que sem dó de mim malogrei


— por tudo, vida, perdão!

 

Adolfo Casais Monteiro



11/02/2008
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