* A Poesia se Esfrega nos Seres e nas Cousas

  
 
 Nunca sentiste uma força melodiosa

 Cercando tudo que teus olhos vêem, 

 Um misto de tristeza numa paisagem grandiosa 

 Ou um grito de alegria na morte de um ser que queres bem?

 

 Nunca sentiste nostalgia na essência das cousas perdidas 

 Deparando com um campo devoluto 

 Semelhante a uma virgem esquecida? 

 

 Num circo, nunca se apoderou de ti, um amargor sutil 

 Vendo animais amestrados 

 E logo depois te mostrarem 

 Seres humanos imitando um reptil?

 

 Nunca reparaste na beleza de uma estrada 

 Cortando as carnes do solo 

 Para unir carinhosamente 

 Todos os homens, de um a outro pólo?

 

 Nunca te empolgastes diante de um avião 

 Olhando uma locomotiva, a quilha de um navio, 

 Ou de qualquer outra invenção? 

 

 Nunca sentiste esta força que te envolve desde o brilho do dia 

 Ao mistério da noite, 

 Na extensão da tua dor 

 E na delícia da tua alegria?

 

 Pois então, faz de teus olhos o cume da mais alta montanha 

 Para que vejas com toda a amplitude 

 A grandeza infindável da poesia que não percebes 

 E que é tamanha!

 

Adalgisa Nery

 



06/02/2008
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